quarta-feira, 15 de agosto de 2012

domingo, 29 de abril de 2012

Manoel Hélio no Programa Talk Show (14/08/2012)




Na terça-feira (14/08/2012) a partir das 21h00 (horário de Brasília-DF), no site www.justtv.com.br, vou participar do Programa Talk Show da minha amiga Celia Coev, vamos falar da minha participação na Antologia de Poesias, Contos e Crônicas: “Nossa História, Nossos Autores” do Grupo Editorial Scortecci na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Assista e participe enviando perguntas e comentários AO VIVO acessando
www.justtv.com.br

Apresentação: Celia Coev
Produção e Direção: Celia Coev
Co-Produção: Adriano Tardoque

Saiba mais sobre o Talk Show em:
Wordpress -
http://programatalkshow.wordpress.com/
Site Oficial -
http://www.justtv.com.br/talkshow
Página no YouTube -
http://www.youtube.com/talkshownatv
Twitter - http://twitter.com/talkshownatv


segunda-feira, 20 de junho de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Poemas Lais Vogel



Uma interpretação de meus poemas feita por um amigo...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ESPELHO MÁGICO



— O poeta Manoel Hélio lê um acróstico de sua autoria: "LUCIANA".

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

POESIA NO BANHEIRO



O poeta Manoel Hélio lê um poema de sua autoria: "Quatro Sinapses", no banheiro...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Erotismo e Pornografia

EROTISMO E PORNOGRAFIA
Vanessa Molnar

Sexualidade é um componente fundamental de todo ser humano, mas o homem, ser cultural condicionado pelo trabalho, tem a necessidade de equilibrar as forças do impulso sexual, direcionando-as para formas socialmente aceitas, que tornem possível a vida em comunidade. Freud chama de libido essa energia primária de natureza sexual, orientada pelo princípio do prazer, que se encontra numa instância da personalidade chamada id. O contato com as normas sociais, no entanto, determinam a formação do superego, que apreende do mundo externo o princípio do dever, relacionado às regras sociais. Essas duas instâncias prazer x dever, geram um conflito no indivíduo, que é resolvido pelo ego. A resolução pode ser o cumprimento do prazer, a anulação ou o adiamento dele. Com o surgimento da cultura ( aqui entendida como transformação do mundo natural pelo homem, através do trabalho), essa energia sexual primária desviada de sua origem, passa a ser utilizada em outros campos, tais como: o jogo, a produção artística, etc. É essa energia que nos permite encontrar prazer em outras atividades que não necessariamente as sexuais. Observamos então que a sexualidade humana não é puramente biológica, como ocorre com os animais, embora a atividade sexual seja comum em todos os seres que se reproduzem, no homem ela tem um sentido de busca psicológica. O erotismo é uma forma de estimular o impulso sexual que se relaciona com a alegria e a invenção.
Para o filósofo Georges Bataille, a força do erotismo está na vontade que o homem tem de unir-se a outro de forma completa, já que todos temos a consciência de sermos seres descontínuos, isolados no mundo. É sob esse aspecto que ele traça uma relação direta entre morte e erotismo, para o homem a morte, destino inevitável, é a única continuidade possível do ser, isso significa que somos todos iguais nesse momento, que nos tornamos unos. O encontro erótico possui o poder de nos dar essa sensação de continuidade, a partir do momento em que a descontinuidade dos corpos e da individualidade parece dissolvida. Além disso, o erotismo é o desejo que triunfa da proibição e há um encantamento na transgressão das normas que, como vimos, nos são impostas socialmente e geram conflitos internos nos indivíduos.
Já a pornografia pode ser considerada como um tipo especial de erotismo, mas essa distinção só surgiu na sociedade moderna e se vincula tanto a fatores morais (como a desvalorização do corpo em relação ao espírito, propagada pelo platonismo e pelo cristianismo, que só permite o sexo no casamento, com finalidades reprodutivas) como aos valores relacionados à sociedade de massa, que transformou tudo, inclusive corpos e relacionamentos em mercadoria, retirando o aspecto sagrado da união sexual, e nesse sentido, cabe uma reflexão a respeito dos valores que permaneceram após a “Revolução sexual” e a “Contracultura”, se ela nos legou uma verdadeira liberdade, ou se foi assimilada pelo mercado e retornou como imposição de um padrão comportamental. Do ponto de vista visual, há um reforço no conteúdo mais explícito da pornografia e mais implícito do erotismo, no reforço pornográfico da relação genital sem envolvimento, sem compromisso e sem afeto, que enfatiza o prazer solitário masturbatório, evitando o requinte criativo, a profundidade e o clima de paixão sempre presentes no erotismo, impondo um padrão único de beleza, que direciona o desejo e a imaginação. O erotismo também se relaciona com uma estética sexual, mas vale recordar que etimologicamente a palavra estética vem do grego “aisthesis”, com o significado de “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”. O objeto artístico é aquele que se oferece ao sentimento e à percepção, nesse sentido ele tem um caráter de experiência única, artística, que não pode ser comercializada em massa e que não reforça o individualismo, mas a busca pela completude do ser.
Convite: Sarau Vozes no Tempo

Dia 24 das 19h às 21:30h. Local: Casa da Palavra: Praça do Carmo, número 171, Santo André, SP.
Esse mês o nosso sarau será baseado na experiência místico-metafísica de diversas culturas e diversos tempos, sob a pena de diferentes poetas e pensadores consagrados. O ator andreense Carlos Lotto recita os textos selecionados a dedo, acompanhado por um concerto de canto gregoriano, realizado pela Schola Cantorum ABC, sob a regência do maestro Marcos Calil. Contamos também com a presença especial do escritor e poeta Cláudio Willer, o pesqisador de poesia sufi João Carlos Guimarães, o professor doutor Juarez Ambires, e outros convidados. No repertório teremos:.Dante Alighieri, Shakespeare, John Donne, Santo Agostinho, Omar Khayyam, São Francisco de Assis, Rumi Santa Teresa D’Avila, Ibn Arabi John Milton, Goethe, São João da Cruz, John Keats, Emily Dickison, Fernando Pessoa, Camões. E outros...
O Sarau é aberto para participação de todos que queiram ler seus poemas.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Poema

Tenho textos de muitos amigos guardados comigo, o Alberto e o Vinícius são dois grandes escritores de Santo André, ainda inéditos em livro. Vale a pena conferir.

AINOKO
“sus ojos son dos gotas de té.”
Fito Páez


contava nos dedos os tantos dedos que a tocaram
contava as vezes que seus dedos dobraram-se
diante do crucifixo seu sexo seu sino sua sina


é dia e ainda está trêmula
como pode afligir-se com o que vem dos sonhos
será a lucidez que te amarra até as vísceras das roupas
[sem corpos
ou será a loucura que te amarra até as entranhas
[dos sapatos sem pés


é hora de fingir-se de viva
e esquecer do pedaço da noite
que ficou molhado no meio de tuas pernas



autores: Alberto Lazzarini e Vinícius Canhoto

sábado, 10 de janeiro de 2009

MEUS DESEJOS

São tantos os meus desejos
Você nem queira imaginar
Desde à prisão das aves-de-rapina
Ladrões do erário público
Confisco dos "seus" (nossos) bens
Até a mudança das barreiras atitudinais
São tantos os meus desejos
Ter sua boca na minha boca
Suas mãos em meu sexo
As minhas em teus seios
Que meu orgasmo seja pleno
Como seu sorriso

(Paula Abreu)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Abunda



Tenras e abundantes carnes

paraíso recôndito do meu apetite
perdição minha nas cálidas tardes!
Ah, pura polpa, macia e ávida
me assanha, me põe em riste!

Vejo-te a balouçar bela e faceira
sempre a me instigar com artimanhas
num dançar exótico, alucinante!
Oferece-me teu sulco, regateira
sempre a envolver-me nas tuas façanhas!

Entrego-me...mãos, boca e falo
cravando firme na abundância
percorrendo fenda, carnes e pregas
deleitando-me no teu regalo
às linguadas, em cálida constância!

Abundas, saborosa e farta
nicho do prazer, leito de luxúrias!
Ah bunda! Que beleza plácida!
Guarda em teus meios que te aparta
teu sulco poderoso, sumo dos meus dias!








quarta-feira, 11 de junho de 2008

Teu gozo

Você me acena com o olhar
lascivo, pecaminoso...voraz
desce até encontrar...meu centro
lambe os lábios, morde, saliva
aguça o paladar...degusta.

Eu retribuo num sopro
finco os olhos
salivo, lambo, mordo
desço as mãos e ofereço
dou, mas tem um preço
meus lábios querem teu membro!

Vem e não me nega
deixa-se render ao paladar
abre-se e me entrega
dá-me na boca teu duro
deixa-me degustar!

Cravo nas coxas tenras
meus dedos ávidos
lambo feito felina
a pele áspera...
a veia férvida...
o membro teso...
cravo dentes, escorro
quero teu néctar num gole!

Fecho os olhos e me deleito
gulosa, libidinosa, escandalosa
sugo teu suco...
aperto, manipulo...meu brinquedo
e sugo...e chupo...e busco...
teu líquido viscoso
teu leite fervente
teu gozo!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

BLINDADO

Cláudia Ferrari

palavras de arame farpado
cercam o impossível poema
marco x na lágrima de crocodilo
sou um intermediário.

pulo abismal do vício
e a palavra agora é pulso
a palavra é partida
a palavra é undida
a palavra é fudida.

uso e abuso
da palavra
sem tocá-la
sem vê-la
por puro prazer
de menosprezá-la
e se eu marco mais um x
a palavra é mortalha
a palavra é cicatriz.

sou a palavra do jornal
a palavra do porão
a palavra palavrão
sou o vilão
o filão
o desclassificado.

e nos encontramos
eu e a palavra
e pactuamos o poema fatal
o poema letal
o poema veneno.

e agora somos
eu e a palavra
a palavra dita
a palavra maldita
um caco de vidro
no subúrbio do poema.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Nua


























Em meio
à multidão
caminho
olhos perdidos
lascivos
entorpecidos
pelo cheiro
impregnado
nas carnes
nas entranhas
pelo teu corpo
em mim tatuado
Desnudam-me
os olhares
de outrém
Despem-me
das vestes úmidas
marcadas
pela intumescência
de poros, mamilos
e lábios
ainda extasiados
pelo gosto
que teu sexo tem!

Nua caminho
pela rua
pela rua nua
sou caminho
sou sua rua
percorre-me
na pele crua
nua e
sua.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Palavrarte

Você na sua vida
e eu na minha

e eu na sua

já faz tempo
jazz no vento

você nu
e eu nua

ao relento
escrevendo poesia

quinta-feira, 1 de maio de 2008

No compasso de um beijo


Perco-me no vermelho intenso
nas linhas que percorro com a língua
no teu carmim assanhado
que sorve de um só gole
minha calma
tira meu sossego,
bole com a minha alma.

Emaranhada no fogo do teu olhar
sou pernas e mãos em desalinho
descontrolo, descompasso...
você me dá o passo
me conduz na tua dança
entrelaça mãos e pernas
e, neste salão imenso
somos frisson e desejo
atados num longo beijo!

Ao som dos nossos ensejos
eriçados, extasiados, em transe
deixamo-nos quedar n'alcova
fazendo-nos despir os medos
as vestes e os segredos
e num emaranhado excitante
confundimo-nos, os dois amantes
você de mim é presa
eu de você, surpresa!

Nus e sem pudores
insensatos e exaltados
nos penetramos mutuamente
corpo e mente
fundimos nossos ardores
confundimos nossos cheiros
trocamos nossos suores
nos amamos compulsivamente!

E, mergulhados no prazer mais intenso
transbordamos no último passo
em sintonia e compasso
no gozo e no último beijo!

Moniquinha
Colagem


Meu carmim colou
na pele rústica
nos veios de sangue
nos pelos eriçados
no teu falo
Teu leite jorrou
molhou, melou
colou em mim
nos lábios de fogo
na lingua lasciva
saciou minha fome
agora lambo as sobras
e me deito à sombra
do meu Homem.

Moniquinha

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Inclassificável

Porque pensa que me sabe de cor
Não. Com você não passei do limite.
Fui um dedo. Um dedo, apenas...um dedo.

O que faz me prender
nessas noites em que penso nessa droga
(que quero)
essa droga...de querer-te, sim?!

Você que desliza em tantos deslizes...
Chega, afinal, chega
Dois pontos: aqui não cabe mais nada...senão você.

Me perco,
perde.

Vem divagar...devagar
calmamente...insinua...e completa...
até o finalmente!

Em baixo do Cruzeiro do Sul
me ganha, na grama e guarda
por dentro e por ora

A arte,
me inspira,
me espia,
com seus olhos abertos
e os seus, de dentro (tão pequenos!)
me bloqueia e não ateia
se bloqueia
dependente de pequenas queixas
inválido
injuriado
disfarçado
se esquece, que é, apesar delas...

O que?

(Se não tenho, pode até me bastar...saber do seu desejo?)

É preciso não se perder
É preciso estar atento
É preciso desviar e não precisa de licença

Por que põe na minha boca o gosto do que pode ser...e me deixa assim?!
Tão dependente.

sábado, 12 de abril de 2008

ERRÁTICA


Cláudia Efe


sem mãos suaves
sem palavras raras
sem amargura
ou amor derramado
sem mar, maré ou deserto
sem som ou silêncio
sem âmago ou superfície
apenas ali
diante
do quando










foto: arquivo Google, s/ref.autor

sábado, 29 de março de 2008

Enredos

Deixe que o corpo arda
que a mente alopre
que a alma abrase

Deixe aflorar desejos
explodirem beijos
explorar as formas

Deixe-se entregue e teso
renda-se aos meus enredos

Deixa que eu te faça a cama
que eu te seja a dama
que eu te faça a corte

Deixa que eu te mostre o norte
que eu te abra a fenda
que eu te rasgue a seda

Deixa que eu te cubra o corpo
que te guarde o membro
que te goze em versos.

Moniquinha








domingo, 9 de março de 2008

Uma canção

Deita aqui, amor
meu braço estende e te acolhe

Volta teus olhos
à beleza que se faz
na lasciva e ócio nosso

Suspenda os dias
que consomem as horas
da vida efêmera e venha

Deixa lá fora
a razão infame, as culpas e as putas

Deita aqui, amor
sem desperdício, seja meu vício!


Ivonefs

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Gata de telhado

Pensar em você me tira a calma
Meu sono se dissipa
só o desejo é que fica
sou uma gata de telhado
vadia
sem dono
arredia
mas sou grata à quem me alimenta
bebo do teu leite
te retribuo com mel
não tenho coleira
nem cama feita
apenas me demoro
onde você me deita
sem sono vou pro telhado
me estico, me esgueiro
me abro
me lambo
a espera do meu dono
casual
temporário
o tempo necessário
pra ganhar uns afagos
arranhar
lamber
me esfregar
e ganhar novamente o telhado
Enquanto ele não vem
ensaio artimanhas
observo aranhas
tecendo
as teias
A pernadas
imito
me estico
me abro
dedilho minha teia
preparo minha rede
destilo
o mel
meu dono chega
conheço seu cheiro
preparo a teia
da aranha
façanha
de gata arteira
ofereço
entrego
enredo
agora está pego
vem dedilhar na teia
vem buscar o mel
meu gato
manhoso
meloso
safado
mergulha no pote
passa o dedo
enfia a língua
lambe
devora
abocanha
se farta
só falta pagar a oferta
a paga é certa
no gargalo
sugo
chupo
busco
meu leite
abro o pote
meto dentro
o frasco precioso
do líquido gostoso
que me alimenta
e me faz
obediente
me sacio
arrepio
gemidos e ruídos
de agradecimento
lambo as sobras
faço uma graça
e volto
pro telhado
vadia e sem dono
até o próximo
sono!

Mônica Santos






quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Concepção

O exato momento
voou de tua boca
rutilando meus sentidos
num súbito arrebatamento

- da voz do poeta
que falava de um poeta
a semente desperta -

Nasceu numa noite fria

a poesia em pessoa
ajustou-se ao meu lado
com suas mãos, vias

E ondulou nas cordas
de minha garganta muda
em encantamento
em pura sintonia


Ivonefs

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Impreciso

A minha coragem
só vê a cara do medo
que me come e me cospe.

os meus segredos
são servidos em risos
e me retornam em prantos.

a tua des(ordem)
me anuncia belos dias
e partes sem rastros.

o teu desejo
é trovão que chove
e se enfiltra na terra

como um raio,
descarregas
e somes.


Ivone Fran*s

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Um brinde

Vê?
Meu cristal é fino e transparente
transborda de um vermelho intenso
feito sangue, quente
e em profusão

Sente?
Vibra ao toque e verte
verte um líquido vivo
bruto na sua essência
mas delicado feito o veludo
e como a taça que o contém

Ouve?
Em contato mais direto
sibila feito vento litorâneo
trazendo cheiro de maresia
arrepiando e eriçando
pelos e pele...extasia

Bebe?
Sorve num único gole
ou degusta em pequenas porções
deixa-se envolver pelo fino buquê
sente o aroma suave
aguça o paladar
embriaga-se

Deita afinal a tua taça
e entrega-se ao deleite

Brindemos ao desejo!

Mônica Santos

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

ESCOLHAS


Cláudia Ferrari


Escolho a tarde
O papel de parede
Um jeito melhor de abrir as pernas
Algo entre a rebeldia e os bons modos de uma quase moça de família.
Escolho a roupa, o perfume
A hora do banho
E esfrego com bucha de feira
A alma molhada.
Alma agora ensaboada
Escorrega pelos dedos
E se atira pelo ralo:
Traidora alma que não conspira
Não negocia
Não arreda pé
Arrogante alma que teima em me fazer de gente.



domingo, 3 de fevereiro de 2008

MEUS DESEJOS

São tantos os meus desejos
Você nem queira imaginar!
Desde à prisão das aves-de-rapina
Ladrões do erário público
Confisco dos "seus" (nossos) bens
Até à mudança das barreiras atitudinais

São tantos os meus desejos
Ter sua boca na minha boca
Suas mãos em meu sexo
As minhas em teus seios
Que meu orgasmo seja pleno
Como o seu sorriso

Paula Abreu

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ária

Cláudia Efe


amadurecem frutas
o tempo apodrece
arimético
as paredes da sala
escombros
átimos da seiva
intransigente
transparecem artérias e gomos
intacto instante
lascivo

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008


Cláudia Efe

Falo com os poetas, como quem fala a Deus
Chamo, peço, confesso
Um poema me cura a chaga
Abranda a chama
Apazigua a alma
Me inunda quando sou deserto
Um poema quase me liberta
Quando fico louca
Quando fico tonta
Quando perco mar
e rota

sábado, 12 de janeiro de 2008

Desabafo

Não há nenhum tesão ver velhinhos morrerem nas "filas"
As crianças do meu país sem leite, sem pão
O desemprego rondando cada lar brasileiro
A reforma agrária um sonho distante
A fuga de cabeças-pensantes pra outras terras
A violência urbana cada vez mais perto do meu quintal
A educação pública nefastamente abandonada
Assim caminha nosso país

Os senhores do poder verdadeiros cafetões do nosso dinheiro público
Gozando com o pau dos outros corneados pela massa
Suas esposas verdadeiras putas de luxo
Suas proles viciadas e mal amadas
Tratando o público como se fosse o privado
A impunidade está estampada na imprensa diária
Cada dia um novo escândalo sangra minha alma
Assim caminha nosso país

O poder religioso ou está de braços dados ou de olhos vendados
Satisfazendo suas taras sexuais
Flagelando seus corpos podres
Dando a bunda para algum proletariado
Históricamente todo país desenvolvido
Passou por uma grande convulsão social
O sonho desta poetisa a minha esperança está na guerra civil
O orgasmo esperado o tesão recolhido o desejo não declarado
A poesia que eu nunca fiz
A morte é beijada com carinho
Defendo meus ideais com unhas e versos
A poesia é meu salvo conduto
Assim caminhará um dia o meu país

Paula Abreu